ESTUDOS


compreendendo os dons minsteriais
Unidade da Igreja de Cristo

Ao longo dos tempos a Igreja de Cristo tem vindo a ser alvo preferencial dos ataques do diabo que por todos os meios a tenta destruir. O diabo vem utilizando os crentes, pastores e as próprias igrejas para se lançarem umas contra as outras criando cisões, abandonos e destruições. O ladrão não vem, senão a roubar, matar e destruir (João 10:10). Na verdade também se aplica à Igreja de Cristo. Nos primórdios da Igreja constatamos as inúmeras perseguições, atentados, prisões e mortes perpetradas pelos detractores da doutrina de Cristo. Paulo foi um dos elementos que mais perseguiu a Igreja de Cristo e é o que mais ensinamentos nos deixa. Nessa época e porque era o início, os diferentes pontos de vista não eram assim tão visíveis. No entanto, uns discípulos diziam ser de Paulo, de Apolo, de Pedro etc., o que levou Paulo a esclarecer o assunto. Durante a Idade Média ocorreu um obscurantismo espiritual que quase reduziu a zero a obra de Cristo, até surgir a Reforma e recomeçar de novo a pregação do evangelho e o ensino das doutrinas de Cristo. Muito por causa daquele obscurantismo, houve necessidade de recomeçar tudo. Com a evolução dos acontecimentos, a Bíblia foi impressa, traduzida nas mais diversas línguas e surgem também diversas correntes de opinião sobre as Escrituras. O certo é que as Igrejas Cristãs pregam o Evangelho de Jesus Cristo. Umas dão mais ênfase a determinados mandamentos ou doutrinas, outros não lhes dão tanta relevância. Daí surge uma diferença de pontos de vista e que está na base das diversas denominações. Em tese, todas as pessoas têm a sua maneira de pensar e de interpretar determinado tema.

Seguramente se eu e outro crente dissertarmos sobre determinado tema, não utilizaremos as mesmas expressões nem colocaremos o enfoque nas mesmas personagens ou pontos de doutrina. Isso não quer dizer que o assunto central não seja exactamente o mesmo e que o resultado não seja o mesmo, explicado de maneiras diferentes. É esta diferença de expressão, de opinião e de condução que muitas pessoas se baseiam para formar grupos e criar denominações. Uns dão mais ênfase à salvação, outros ao baptismo, outros à cura; outros aos dons do Espírito Santo, outros ao sábado e ainda outros à prosperidade. Todos ensinam que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador e que com o Seu sacrifício vicário tornou-se a causa da salvação dos pecadores. No fundo o que mais interessa é que os pecadores sejam salvos. Uma vez salvos crescerão espiritualmente e desempenharão os seus papéis de acordo com os dons que o Espírito Santo distribuir a cada um para o que for útil.

Pergunta-se então: Porque criticar, denegrir e maldizer os restantes membros do corpo de Cristo?

“A verdade sempre teve os seus "falsificadores". Da mesma maneira que convém a todo cidadão reconhecer o dinheiro de seu país a fim de evitar problemas, assim devemos nós ser capazes de discernir a origem das diferentes doutrinas que nos são apresentadas. Cada uma delas deve ser submetida à prova (v. 1; 1 Tessalonicenses 5:21); a Palavra de Deus dá-nos o meio seguro para reconhecer as "notas falsas". As boas levam sempre o selo: Jesus Cristo veio em carne (v. 3). Boa Semente”.

Atualmente nota-se uma crescente crítica mordaz de uns contra os outros, igrejas contra igrejas em prejuízo da obra de Deus. Através de programas de televisão, de emissões de rádio ou de jornais, na internet, revistas e mesmo em tribunais a obra de Deus vem sendo destruída pelos próprios ministros de Deus. Será isto possível? Será loucura? Infelizmente é o que está a acontecer.

Vejamos o que diz o apóstolo Paulo sobre isto em I Coríntios 1:6:9: O irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos. Não sabeis que os injustos não hão-de herdar o reino de Deus?

Críticas, Condenações e Divisões

Desde o início da era Cristã que existem críticas, condenações e divisões entre os crentes e que, afectam a obra de Deus. Paulo testifica em I Coríntios 5:6: Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Para melhor compreendermos, jactância tem entre outros os seguintes significados: bazófia, vanglória, soberba, ufania, arrogância e amor-próprio. E é o que alguns têm sido (quando se colocam contra os irmãos e a doutrina de Cristo); mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus (I Coríntios 6:11) e é o que se espera dos servos de Deus.

Certamente que as críticas não deixarão de existir por parte de ministros intolerantes e arrogantes. O receio de que outra igreja lhes leve os crentes está na base de tão acesa polémica. Das duas uma, ou estão receosos de perder o emprego e com isso o seu bem-estar, agindo com amor-próprio ou, realmente, não se deixam guiar pelo Espírito Santo. Lembro-me quando era jovem a Igreja que a minha família frequentava, não receava convidar pastores de outras denominações para fazerem campanhas de evangelização, findas as quais havia sempre muitas conversões e as relações entre as diferentes denominações se estreitavam com amor cristão. Não me parece que este tipo de relacionamento entre as igrejas se pratique muito hoje em dia. Cada um tem receio do outro, de ser roubado, como se ouve dizer. Por isso, criticam, deploram, incendeiam ânimos e afastam os crentes e recém-convertidos. Que lamentável, que tristeza verificar que irmãos em Cristo se digladiam ao invés de darem as mãos e colaborarem para o avanço da obra de Deus.

Dissensões nas Igrejas

Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado…que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós baptizados em nome de Paulo? (I Cor 3: 1). Dentro das próprias igrejas existem sempre o que vulgarmente se chamam de “ovelhas ranhosas”. São crentes que, por tudo e por nada, causam dissensões e divisões entre os irmãos, seja por calúnia, inveja, falso testemunho ou mesmo arrogância. Este tipo de pessoas consegue perturbar de tal maneira as igrejas que se dão algumas cisões. Uns ficam na igreja, outros procuram outra igreja, ou afastam-se ou ainda seguem o desordeiro para formar outra igreja. Igreja que não esteja baseada em Jesus Cristo é de barro, depressa se desfará. Infelizmente assisti a dois ou três casos que feriram a obra de Deus. Qual será o galardão para esses detractores da obra de Deus? Certamente que Deus os julgará. Hoje em dia assiste-se com mais frequência a esse tipo de insinuações muito pelo desplante dos pastores e da facilidade de comunicação. Uma das razões para que isso aconteça relaciona-se com a falta de chamada. A pessoa não sentiu a chamada para o Ministério. Sentiu um desejo ou uma oportunidade de se tornar pastor, faltando todo um suporte espiritual e de conhecimento da Palavra de Deus. Não frequentou o Seminário nem fez cursos bíblicos adequados. Assim como a semente lançada sobre pedregais que logo nasce e depressa morre por não ter raízes profundas, tais são aqueles que por uma emoção mais forte se querem dedicar à pregação do evangelho sem terem raízes e certezas da chamada do Mestre. São igrejas que podem transtornar os crentes ensinando doutrinas de homens.

E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (I Cor 3). Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor. E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro (I Cor 4:5-6).

Lobos vestidos de Cordeiros

E a História repete-se. Existem e existirão sempre lobos vestidos com pele de cordeiro que transtornam casas inteiras com doutrinas de demónios. Existem e existirão falsos profetas que arrastarão muitos para a perdição. As pessoas acreditam que encontram soluções para os seus problemas e aderem a essas igrejas e acabam por se deixar iludir com falsas doutrinas. Uma vez enraizados naquela doutrina tentam arrastar mais pessoas consigo, na suposição de que estão certos e que ganharão o paraíso. O que aqui falo diz apenas respeito às igrejas e seitas que não se baseiam em Jesus Cristo, ainda que algumas delas utilizem o nome de Jesus. Mas se o Espírito Santo não os ilumina são igrejas ocas que conduzem à perdição. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem (Mateus 7:12:14).

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:15-20). E nesta loucura muitos se perdem…

Segue a advertência: Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne (Colosenses 2:18-23). "Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." (2 Timóteo 3:13). E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Apoc. 18:4. Deixemos que seja Deus a tratar a desfazer as falsas igrejas e a depor os falsos profetas.

A unidade do corpo

Ora digam os detractores: Pé, não necessito de ti ou, olho não preciso de ti. Reparou que, ou é coxo ou é cego? Quem ousaria dizer tal absurdo contra o seu próprio corpo?

Mas é o que alguns têm sido…

Vejamos o que o apóstolo Paulo nos diz: Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?

Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros (I Coríntios 12: 13-).

Ninguém terá dúvidas em aceitar como verdade o que Paulo ensina sobre a unidade do corpo. Todos nós devemos zelar pelo nosso corpo que é o tempo do Espírito Santo. Se cuidamos dele no dia a dia com desvelo para que seja sempre saudável, porque não o faríamos em relação ao corpo de Cristo. É dever de todo o crente zelar pelo corpo de Cristo e pela sua unidade.

Correlação entre o corpo e a Igreja de Cristo

Ora, vós sois corpo de Cristo, e seus membros em particular (1 Coríntios 12:27).
“Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos 12:4-5). Outras passagens, como 1 Coríntios 12 e Efésios 4:11-16, enfatizam a mesma verdade. (Romanos 12:3-8). Não teremos de igual forma, zelo pelo corpo de Cristo? Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Por certo que alguns maltratam, hostilizam ou dividem o corpo para demonstrar determinada arrogância ou falta de auto estima. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele (I Cor 12).

Qual será então a razão pela qual os membros do corpo de Cristo se dividem, se hostilizam, se ferem e se maltratam? Não será isto obra satânica para dividir o corpo de Cristo? Deixo aos detractores o alerta para que revejam a sua conduta no seio do corpo de Cristo. Porquê? Ouçamos o conselho de Gamaliel em Actos 5: 34: Levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo…e disse-lhes: … acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens... digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.

Ainda em I Cor 3: 10:17: Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício… a obra de cada um se manifestará. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão, se a obra de alguém se queimar sofrerá detrimento. Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. Portanto acautelai-vos dos falsos profetas que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:20).

A Igreja de Jesus Cristo

Pedro ensina que “cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (1 Pedro 4:10) Notemos a diversidade dos dons: todos temos recebido algum dom e somos convidados a utilizá-lo, conscientes da graça de Deus que nos foi dada. Mas também é fundamental que cada um “não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Romanos 12:3; 2 Coríntios 10:13). Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente ( I Cor 12: 4-31).

Que ensinamentos podemos retirar?

João disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demónios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por nós (Marcos 9:38:40). Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há-de vir, e eis que já está no mundo (I João 4:1-3).
Porque então existe esta guerra entre as diversas denominações das igrejas de Cristo?
A quem serve todas essas dissensões. Porque então caluniar, denegrir e julgar aqueles por quem Cristo morreu?

Irmãos não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, fala mal da lei e julga a lei; e se julgas a lei não és observador mas juiz. Há um só legislador e um juiz que pode salvar ou destruir. Tu, porém, quem és que julgas a outrem? Tiago 4:11-12.

Cabe a responsabilidade a cada um de nós em obedecer à vontade de Deus.


Helder Flávio Gomes de Morais
Servo do Deus Altíssimo
O PASTOR

Texto Chave
“E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência.”
Jeremias 3.15
VERDADE TEOLÓGICA
“Ser pastor é cuidar de pessoas que não te pertencem, mas que você pertence a elas.”
Pr. Ioséias

ESTUDO DE PREPARAÇÃO SEMANAL
Segunda – Jo 10.1-11
Jesus, o Bom Pastor.   
Terça – Lc 10.16-20   
Jesus transferiu a sua autoridade aos seus discípulos.   
Quarta – 1Tm 3.1-7
As qualificações para o ministério pastoral.
Quinta – Tt 1.5-9
Exigências para o pastorado.
Sexta – 1Co 4.1-4
O pastor, um mordomo.
Sábado – 1Co 9.7-10
O pastor, um lavrador.

Leitura Bíblica Congregacional
João 10.1-5
1. NA VERDADE, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora.
4. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz;
5. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.

Elucidação Textual
No nosso texto base Jesus está ensinando a diferença fundamental entre o Bom Pastor, Ele, e o mercenário, Satanás. Esse discurso do mestre serve muito bem como base para a vida do bom pastor, que tem Jesus morando em seu coração, e o mau pastor, que é mercenário e vive insuflado pela síndrome de Lúcifer (desejo de autossuficiência).
 
Introdução
Você conhece o que a Escritura ensina acerca do ministério pastoral? Sabe qual deve ser o modelo de conduta de um autêntico pastor? Conhece as exigências bíblicas para se exercer esse ministério? E as figuras que a Bíblia usa para ilustrar o alcance e a seriedade do ministério pastoral?
Nossa lição abordará essas questões acerca do ministério de um pastor. Se você sabe alguma das respostas ou todas elas, participe acrescentando o seu conhecimento para o crescimento de todos. Se você não sabe nenhuma das respostas, participe contribuindo com suas perguntas inteligentes, pois perguntas caracterizam inteligência e não a falta dela.
Envolva-se. Cresça e permita que outros cresçam com a sua ajuda.

                  I – JESUS, O PADRÃO PERFEITO DO PASTOR.
Jesus é o paradigma de todo pastor verdadeiro e suas características devem ser absorvidas por aqueles que exercem o ministério da Palavra. Para isso, nos basearemos no texto do bom pastor (Jo 10) para a nossa avaliação do ministério pastoral.
O Senhor afirma que o Bom Pastor tem livre acesso ao aprisco das ovelhas (Jo 10.1,2), referindo-se assim à sua autoridade que, depois foi transferida à igreja (Lc 10.16-19).
Jesus continua seu ensino afirmando que o Bom Pastor guia as suas ovelhas com palavras e exemplo (Jo 10.7). Ele vive próximo delas e é conhecido por todas (Jo 10.3,4). Guia o rebanho para uma vida de bênção aqui e a vida eterna no porvir (Jo 10.4,10,17,28). O Mestre também ensina que o Bom Pastor é o exemplo moral das ovelhas e vai adiante delas (Jo 10.4), sendo plenamente leal ao rebanho e estando pronto para, inclusive, morrer por ele (Jo 10.11). Significando assim que o Bom Pastor garante a segurança do rebanho, agora e por toda a eternidade (Jo 10.27-30).
O modelo de Jesus é muito importante para todo pastor. Assim como Ele os pastores também têm que procurar instruir suas ovelhas através do conhecimento da Palavra e do exemplo de vida, estando sempre próximo a elas como um amigo sempre presente, guiando-as a toda verdade e fazendo-as sentirem-se seguras e confiantes, pois sabem que o seu líder as está guiando ao caminho da eternidade com Cristo.
Infelizmente muitos “pastores” hoje não passam de “homens do palco”. Seu “ministério” se restringe exclusivamente ao púlpito, onde ele faz suas performances e ganha por elas. O foco de tais homens está apenas na apresentação de uma “boa mensagem”, cheia de técnicas de oratória, e manipulação psicológica, mas não participam da vida de suas ovelhas e nunca estão acessíveis a elas. Esse não é o modelo de Jesus.
Se o ministro não segue o modelo de Jesus então ele não é pastor coisa nenhuma. Embora ninguém possa ser como o Senhor, o pastor deve ser o mais próximo possível do modelo de Cristo; sobretudo no que concerne ao amor pelas suas ovelhas e pelas almas perdidas.

II – O DOM PASTORAL.
O pastor é um dom de Deus à Igreja. Isto é, o pastor é um presente que Deus dá à igreja e como todo presente ele deve ser útil àquele que o recebe. Sendo assim, o verdadeiro pastor deverá ser possuidor de alguns dons espirituais para o serviço ao povo de Deus. Com certeza o pastor deve possuir o dom de governos, sendo esse um dom específico do seu ministério (1Co 12.28). Também deve ter o dom da fé, pois se o pastor não for um homem de fé como esperar que a igreja sob o seu pastoreio seja?
Além do que foi apresentado o pastor  deve ser capaz de ensinar (1Tm 3.2b), embora nem todos os pastores sejam mestres (1Tm 5.17). Sobretudo, o pastor deve ser cheio de compaixão e simpatia e ser um homem que gosta da companhia das pessoas.
Além de tudo o que foi exposto acima as cartas de Paulo a Timóteo e a Tito, chamadas de cartas pastorais, apontam as qualificações exigidas daqueles que se propõe ao ministério pastoral. Entre uma variação e outra em cada carta a essência do ensino de Paulo é que o pastor deve ser um homem de auto-domínio (1Tm 3.1), liberto de vícios, pacífico e sem excessos (1Tm 3.3). Deve ainda governar bem a sua casa (1Tm 3.4,5), ter boa reputação dos não cristãos (1Tm 3.7), ser contrário à maledicência (2Tm 2.16), não ser ganancioso (Tt 1.7), viver em santificação (2Tm 2.21), ser forte na fé e mestre na mesma (1Tm 4.12), ter ousadia no ensino e ser cheio de amor e paciência (1Tm 6.11), ser perseverante (1Tm 4.16) e caracterizar-se por suas boas obras (Tt 2.7). Deve ser puro na doutrina (Tt 1.9; 2.8), de linguagem sadia (Tt 2.8) e reconhecido pela piedade (Tt 1.1) e não ser um crente novo, mas um cristão maduro (1Tm 3.6).
Como constatamos acima, as exigências para o exercício do ministério pastoral são elevadíssimas. Mas, o que esperar daqueles que devem ser os guias e modelos de conduta da igreja de Jesus (Hb 13.7)? Você teria como modelo de vida um homem que vivesse abaixo desses padrões? Confiaria suas lutas e angústias mais íntimas a alguém que não vivesse em conformidade com os padrões acima? Pediria sua ajuda e orientação?
Jesus ama muito a sua igreja para confiá-la a homens que não sejam dignos de tão honrosa posição.
Mas você poderá perguntar: “e os ditos ‘pastores’ que tantos males vêm promovendo à sociedade? Porque Jesus os permite à frente da igreja?”
Na verdade a questão é mais profunda e a pergunta correta é: “essa denominação exprime em sua doutrina a essência do Evangelho?” Se a resposta for sim, então cedo ou tarde, esse falso pastor será desmascarado. Se a resposta for não, então Jesus não tem nenhum compromisso com essa igreja e esses “pastores” e nenhum deles pertence ao rebanho de Cristo.

III – IMAGENS BÍBLICAS DO MINISTÉRIO PASTORAL.
Para que possamos compreender a grandeza da responsabilidade do ministério pastoral a Escritura usa algumas imagens que retratam o papel desses ministros de Cristo e que exploraremos aqui, ainda que brevemente, utilizando como base a excelente obra de Irland de Azevedo, Imagens Bíblicas do Ministério Pastoral.
A primeira das imagens bíblicas que Paulo utiliza e que citaremos aqui é a de mordomo (1Co 4.1,2; 2Tm 1.14; 2.1,2). O mordomo é aquele funcionário de confiança de um nobre. Esse funcionário tem sob sua responsabilidade todos os bens do seu senhor e deve administrá-los com afinco. Assim, o pastor é chamado de mordomo. Ele tem acesso ao precioso tesouro da dispensa de Deus para alimentar o seu povo. Paulo chama esse mordomo de “encarregado dos mistérios de Deus” (1Co 4.1).
A segunda imagem a ser explorada aqui é a do soldado (2Tm 2.3,4). O soldado é o homem preparado para sofrer privações e suportar o sofrimento. O pastor deve ser esse homem. Poucas pessoas provarão mais privações e enfrentarão mais sofrimento pelos outros do que o pastor. Ele também deve viver de forma disciplinada e estar sempre disposto para a ação. O soldado não se envolve com coisas da vida civil, assim o pastor também não deve se envolver com nada que comprometa o cumprimento de sua missão no Reino de Deus.
A terceira imagem utilizada pela Escritura é a do lavrador (1Co 9.7-10; 2Tm 2.6). Este profissional é diligente e perseverante em sua tarefa como o pastor deve ser em sua missão de semear o evangelho. Do mesmo modo como o lavrador não depende exclusivamente de suas capacidades para que sua lavoura seja farta, também o pastor não depende exclusivamente de suas capacidades para que a igreja seja uma bênção. O pastor entende que a “lavoura de Deus” (1Co 3.9) é uma obra de cooperação divino-humana e não vive em função do tamanho da igreja, se frustrando, pois sabe que a ele o que importa é ser fiel em sua semeadura da genuína semente da Escritura e que o crescimento já não é mais um problema seu, mas de Deus. Os pastores não serão avaliados pelo tamanho da igreja que pastorearam, mas por sua fidelidade e diligência em cuidar dessa igreja.
Outras imagens que não poderemos abordar aqui por uma questão de espaço são: o atleta (2Tm 2.5), o obreiro (2Tm 2.15), a mãe (1Ts 2.7,8), o pai (1Ts 2.9-12), o ministro (servo) (1Co 4.1), o construtor (1Co 3.10) e por fim, o pastor (Ef 4.11,12).
Essas imagens reforçam a importância e a seriedade do ministério pastoral. Se todos os que almejam ao pastorado (1Tm 3.10) e todos os ordenam ministros na igreja avaliassem bem o que essas imagens significam as igrejas teriam pastores muito melhores. Você concorda?

Conclusão
Tendo Jesus como o modelo do ministério pastoral é de suma importância que a igreja aprenda a honrar aqueles que o Senhor tem designado para tal ministério. Também é de igual importância que os pastores não abusem dessa honra visando privilégios, mas que vivam assim como o seu Modelo, Jesus, de forma modesta e sendo sempre acessíveis aos seus discípulos.
O pastor deve ser o homem em quem a igreja confia. Afinal, repousa sobre os seus ombros a missão de levar esse povo a uma vida com Deus nessa terra e à eternidade na glória celeste.
Oremos por nossos pastores para que a cada dia mais eles possam exercer os seus dons no seio da igreja levando-nos a um conhecimento cada vez maior do único e verdadeiro Deus.

Glossário
Afinco – constância, tenacidade, dedicação.
Paradigma – modelo, padrão.

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal, Edição de 1995, SBB e CPAD.
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, R. N. Champlin e J. M. Bentes, Volume 5, pg. 105-106, Ed. Candeia.
Chave Linguística do Novo Testamento Grego, Edições Vida Nova, 1995, p. 393.
A Igreja e as Sete Colunas da Sabedoria, CPAD, Severino Pedro, 1998.
Teologia Pastoral, CPAD, José Deneval Mendes, 1999, p.28
Imagens Bíblicas do Ministério Pastoral, Vida, Irland de Azevedo, 2004, 142 pg.
Sites:
http://www.prazerdapalavra.com.br/

 

COMPREENDENDO OS DONS MINSTERIAIS - O PROFETA

INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos abordar um ministério fascinante no seio da igreja, o do profeta. Mas, se Jesus disse que os profetas duraram até João, então qual a explicação para o Novo Testamento falar sobre o dom da profecia e o ministério de profeta? Também, qual a diferença entre o dom da profecia e o ministério de profeta? Há alguma?
Esse é o escopo do presente estudo. Avaliar, ainda que muito superficialmente, o ministério do profeta da Antiga Aliança e a contemporaneidade do dom de profecia e do ministério de profeta na Nova Aliança.
Envolva-se e dê a sua colaboração para a discussão do tema a fim de que todos possam crescer em conhecimento.

I – O PROFETA NA ANTIGA ALIANCA.
O ministério profético sempre foi uma realidade para o povo de Israel. Abraão foi o primeiro homem a ser chamado de profeta na Escritura (Gn 20.7) enquanto Moisés foi o primeiro profeta nacional de Israel (Dt 18.15-19).
Os profetas da Antiga Aliança tinham algumas características peculiares à sua época. Durante o período do Antigo Testamento o cânon da Escritura ainda não estava completo e o Messias ainda não havia se encarnado para nossa salvação. Sendo assim, o ministério do profeta da Antiga Aliança era, além de representante do Senhor diante dos homens, também preditivo, ou seja, ele falava sobre coisas que apontavam para o Messias que viria para salvar a humanidade.
Embora o conteúdo das profecias tivessem uma aplicação e um sentido para os receptores originais, pois Deus estava falando com eles acerca das coisas e eventos dos seus dias, também havia nelas elementos que iam além da realidade daqueles ouvintes e que apontavam para o futuro, após a vinda do Messias.
Jesus disse que a Lei e os profetas duraram até João exatamente por causa disso (Lc 16.16). Após João Batista já não havia mais a necessidade de nenhum profeta que anunciasse a vinda do Messias. Ele já estava entre nós.
O ministério dos profetas na Antiga Aliança tinha como objetivo instruir o povo de Israel, através do ensino e admoestação do Senhor (Os 12.10; Hb 1.1), e anunciar a vinda do Messias, como Pedro ensina no seu discurso no Templo de Jerusalém após a cura de um coxo (At 3.18-24).
O ministério profético da Antiga Aliança durou até João, mas o Senhor não deixou de falar com a sua igreja por meio de profecias. Apenas o método e a finalidade foram mudados, como veremos a seguir no dom de profecia e no ministério de profeta na Nova Aliança.

II – O DOM DE PROFECIA.
Esse é o principal da lista dos dons espirituais que Paulo apresenta em 1 Coríntios 12 (1Co 14.1) e é a aptidão de, por inspiração do Espírito Santo, entregar uma mensagem que vai além daquela que é geral, mas que se aplica diretamente à vida da pessoa (ou grupo) que a recebe.
Pouco antes de ser preso em Jerusalém o apóstolo Paulo recebeu uma mensagem profética de um servo do Senhor, chamado Ágabo, que lhe revelava o que o esperava em Jerusalém (At 21.10,11). Essa mensagem era exclusiva para Paulo e não se aplicava a mais ninguém.
O profeta fala mediante um discernimento que ultrapassa o que é natural, através da revelação divina para aquele momento e aquela circunstância.
O dom de Profecia não pode ser confundido com o dom ministerial de profeta (Ef 4.11), que veremos a seguir, principalmente por sua característica temporal e pessoal. Isto é, o dom de profecia é exercido na igreja para que o Senhor exorte, console ou edifique (1Co 14.3) acerca das situações que aquele que recebe a mensagem está vivendo. O dom ministerial de Profeta (Ef 4.11), por sua vez, está circunscrito à categoria do ministério de ensinamento e proclamação da Palavra universal de Deus, que se aplica a todos as pessoas em todas as épocas e lugares.
Enquanto o que exerce o dom de profecia o faz no âmbito particular o que exerce o ministério de profeta o realiza no âmbito total, a todas as pessoas, cristãs ou não. Enquanto o dom de profecia visa a exortação, consolação e edificação de uma pessoa ou grupo especifico (1Co 14.3), o ministério profético visa a doutrina que realiza o aperfeiçoamento, a capacitação para o ministério e a edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.12).
O dom de profecia é extremamente importante para nós, pois há momentos em que estamos fragilizados ou desorientados e o Senhor então nos envia um servo dEle e nos fala acerca daquilo que estamos vivendo e o que devemos fazer. Na verdade, a função do dom de profecia é, de fato, nos suprir em nossa fraqueza. É como se Deus nos desse um “suplemento alimentar” para que nossas forças sejam restabelecidas e assim possamos continuar a caminhada cristã.
Não despreze jamais o dom de profecia, mas não o supervalorize acima do ministério de profeta, pois ambos têm objetivos diferentes e devem ser honrados por nós como veremos agora em nosso último tópico de estudo.

III – O PROFETA NA NOVA ALIANCA.
O ministério de profeta na Nova Aliança difere do ministério da Antiga Aliança em muitos aspectos. Primeiro que ser profeta do AT era um oficio (profissão), enquanto que no NT um dom (Ef 4.8,11). Segundo que no AT Deus estava sobre o homem (2Re 2.9; 2 Cr 15.1; 2Cr 20.14; Is 61.1), no NT Deus está dentro do homem (1Co 6.19). Terceiro, o ofício de profeta do AT durou até João Batista (Lc 16.16) porque apontava para a vinda do Messias, Jesus; o ministério de profeta no NT anuncia o cumprimento das promessas do AT e aponta para o retorno do Messias para buscar o seu povo. O profeta do AT ministrava a Israel, o profeta do NT ministra à igreja em toda a Terra.
O ministério de Profeta (Ef 4.11), juntamente como os demais ministérios citados ali, visa alicerçar a igreja nas verdades basilares e universais da Eterna Palavra de Deus com o propósito de que todos “cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13).
O profeta exerce o seu ministério na igreja interpretando a Escritura e proclamando as suas verdades eternas pelo poder do Espírito Santo.
O ministério de profeta hoje é comumente chamado de ministério da pregação, mas esse ministério vai além da simples proclamação daquilo que a Bíblia diz, pois é possível que alguém pregue a Bíblia sem crer ou viver em conformidade com ela.
O profeta pode ainda ser usado pelo Senhor para predizer coisas referentes ao futuro enquanto proclama a Palavra de Deus (At 20.29-31), mas deve, acima de tudo anunciar a justiça, a vontade do Senhor, o juízo futuro e ainda confrontar o pecado conforme a Escritura.
Quando alguma igreja rejeita os profetas do Altíssimo está rejeitando a Palavra do próprio Deus e assim se afastará cada dia mais dEle. Afinal, Bíblia é a suprema profecia e aquele que a expõe com submissão e graça é o seu profeta. “Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça, então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2 Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3, 12-22)” (site: gospelprime).
Jamais menospreze a palavra profética como nos exorta o apóstolo Paulo (1Ts 5.20), pois somente assim poderemos ser felizes (Pv 29.18).

CONCLUSÃO
O ministério do profeta sempre foi de suma importância para o povo de Deus. O Senhor criou esse ministério para que o seu povo não ficasse sem uma direção e orientação.
A igreja deve sempre ter os seus ouvidos atentos àqueles que proclamam com ousadia e autoridade a Palavra do Senhor de forma pura, sem misturas com conceitos, ideologias ou políticas humanas.
Valorize os profetas de Deus na Casa do Senhor, mas não os adore. Não fique andando atrás deles, pois quando o Senhor quiser lhe falar Ele os enviará a você.
Jamais despreze as profecias, quer sejam mediante o dom da profecia, quer sejam mediante o ministério profético de pregação da Palavra, pois “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado” (Pv 29.18).
Que o Senhor nos abençoe.

GLOSSÁRIO
Basilares – básicas, fundamentais, principais.
Escopo – alvo, objetivo, meta.

BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Pentecostal, Edição de 1995, SBB e CPAD.
Sites:
HTTP://ESTUDOS.GOSPELPRIME.COM.BR/O-DOM-MINISTERIAL-E-DOM-DE-PROFECIA/

Princípios bíblicos sobre finanças

Falar sobre finanças parece ser algo muito pouco espiritual. Acontece, entretanto, que, na prática, não podemos ignorar o fato de que lidamos com esse assunto todos os dias.

Existem 1.565 versículos que falam em dinheiro. Curiosamente, dos 107 versículos do sermão do monte 28 se referem a dinheiro. Além disso, Jesus se referiu ao dinheiro (ou riqueza) em 13 parábolas. Isso mostra como a Bíblia trata desse assunto com expressividade.O Senhorio de Deus é sobre absolutamente todas as coisas, inclusive sobre as riquezas e os recursos. Ele tem todo o poder e autoridade sobre tudo e todos. O profeta Ageu escreveu que o Senhor dos Exércitos disse: “minha é a prata e meu é o ouro” (Ageu 2.8). Desde os tempos de Moisés havia a compreensão que “é Ele que te dá força para adquirires riquezas…” (Deuteronômio 8.18)

Vamos apontar alguns princípios bíblicos sobre finanças e citar referências selecionadas para fundamentar esses princípios. Comentários adicionais se fazem desnecessários. Abra seu coração e deixe o Espírito de Deus revelar em sua vida a aplicação de cada princípio desses para não cair na insensatez.

Em relação a você mesmo

1. Viva do seu trabalho - Efésios 4.28: “Aquele que furtava, não furtes mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir o necessitado”. - Salmo 128.2: “Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás e tudo te irá bem”. - 1 Tessalonicenses 4.10-12: “Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais e a diligenciardes por viver tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos, de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar”.

2. Não viva à custa dos outros - 2 Tessalonicenses 3.7-8,10,12: “…pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão a custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós …Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma…A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão…”

3. Planeje seus gastos - planejar vem antes de gastar! - Lucas 14.28: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?”

4. Invista no que é necessário - Isaías 55.2: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares”.

5. Contente-se com o que tem - 1 Timóteo 6.6-8: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com o que vestir, estejamos contentes”.
6. Não tenha apego ao dinheiro - 1 Timóteo 6.9-10: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”.

7. Não seja servo do dinheiro - Mateus 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de se aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”.Em relação à família

8. Cuide de sua família - 1 Timóteo 5.8: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”.

9. Guarde para seus filhos - 2 Coríntios 12.14: “Eis que pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado, pois não vou atrás de vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos”. Provérbios 13.22a: “O homem de bem deixa herança aos filhos de seus filhos”.Em relação a Deus

10. Reconheça que tudo vem dele - 1 Crônicas 29.14: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos”.

11. Honre-o com seus bens - Provérbios 3.9-10: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e se encherão fartamente os teus celeiros e transbordarão de vinho os teus lagares”.

12. Mantenha uma posição de fé e confiança - Mateus 6.25ss: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?… O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso”.Em relação aos outros

13. Nunca fique devendo nada a ninguém - Romanos 13.7-8: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor”. Provérbios 22.7b: “O que toma emprestado é servo do que empresta”.

14. Seja fiel com compromissos assumidos - 1 Coríntios 4.1-2: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”.

15. Pague os impostos e tributos devidamente - Romanos 13.6-7: “Por este motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhe é devido; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra”.

16. Seja fiel com a propriedade do outro - Lucas 16.12: “Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?”

17. Muito cuidado ao ser fiador de alguém - Provérbios 11.15: “Quem ficar como fiador de qualquer um acabará chorando. Será melhor não se comprometer”.

18. Seja generoso em dar e repartir - 1 Timóteo 6.18: “Mande que façam o bem, que sejam ricos em boas ações, que sejam generosos e estejam prontos para repartir com os outros aquilo que eles têm”.
Autor: Rodolfo Garcia Montosa - http://www.institutojetro.com
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