ARTIGOS


A Igreja que não existe mais!


“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.” At 2. 43-47

Na época do surgimento da Igreja do Novo Testamento, a palavra igreja significava, apenas, uma reunião qualquer de um grupo organizado ou não. Assim, o texto nos revela que havia um grupo organizado em torno de sua fé (Todos os que criam estavam unidos) – todos acreditavam em Cristo.
Segundo o texto, os participantes do grupo do Cristo não tinham propriedade pessoal, tudo era de todos (tinham tudo em comum)– os membros desse grupo vendiam suas propriedades e bens e repartiam por todos – e isso era administrado a partir da necessidade de cada um; e se reuniam todos os dias no templo; e pensavam todos do mesmo jeito, primando pelo mesmo padrão de vida (unânimes); e comiam juntos todos os dias, repartidos em casas, que, agora, eram de todos, uma vez que não havia mais propriedade particular; e eram alegres e de coração simples; e viviam a louvar a Deus; e todo o povo gostava deles, e o grupo crescia diariamente. Diariamente, portanto, havia gente acreditando em Cristo, se unindo ao grupo, abrindo mão de suas propriedades e bens e colocando tudo a disposição de todos.

Essa Igreja era a Comunhão dos santos – chamados e trazidos para fora do império das trevas, para servirem ao Criador, no Reino da Luz. Essa Igreja não precisava orar por necessidades materiais e sociais, bastava contar para os irmãos, que a comunidade resolvia a necessidade deles.Deus havia respondido, a priori, todas as orações por necessidades materiais e sociais, fazendo surgir uma comunidade solidária.

O pedido: “O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. (MT 6.9) ” estava respondido, e diariamente.

Então, para haver o “pão nosso” não pode haver o pão, o bem ou a propriedade minha, todos os bens e propriedades têm de ser de todos.

Mais tarde, eles elegeram um grupo de pessoas, chamadas de diáconos – garçons, para cuidar disso (At 6.3). Então, diante de qualquer necessidade, bastava procurar os garçons, que a comunidade cuidava de tudo. Era o princípio do direito: se alguém tinha uma necessidade, a comunidade tinha um dever.

Essa Igreja não existe mais!

“Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” Tg 5.14,15

Os membros da comunidade do Cristo não precisavam orar por cura física, bastava procurar os presbíteros: lideres eleitos pelo povo, a partir de suas qualidades como cristãos (1Tm 3.1-7); que eles ungiriam com óleo, que representa a ação do Espírito Santo, porque é o Espírito Santo, quem unge e cura (Lc 4.18), e a pessoa seria curada; claro, sempre segundo a vontade do Senhor, porque essa é a regra de ouro: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu. (MT 6.10)”

Os crentes em Jesus de Nazaré, não precisavam fazer varredura espiritual para ver se tinham qualquer problema, parecido com o que hoje é chamado de maldição hereditária, ou similar. A oração dos presbíteros ministrava o perdão de Deus, conquistado por Cristo na cruz e na ressurreição.

Deus havia respondido todas as orações por cura física pela instituição de presbíteros, que tinham a autoridade para ministrar o poder de Cristo sobre a enfermidade, segundo a vontade de Deus, dependendo, portanto, apenas, do que o Altíssimo tivesse decidido sobre a pessoa em questão.

Essa Igreja não existe mais!

Pelo que orava a Igreja do Novo Testamento?

Texto: At 4.21-31
Oravam para que nenhum sofrimento os impedisse de glorificar a Cristo, de anunciá-lo com coragem e determinação – o Cristo que eles viviam diariamente pela fraternidade solidária. Oravam por missão!

Para além da Igreja que está sob perseguição, não há sinal de que essa Igreja ainda exista!
O que existe?

- A Comunhão dos santos existe na realidade da Igreja invisível. Mas, que relevância tem na história uma igreja invisível?
- Ajuntamentos cúlticos – há os que procuram se pautam pela Bíblia, e os que nem tanto.
- Instituições – (muitas e cada vez mais) há as que ainda tentam ser apenas um odre para o vinho, e as que nem tanto.
- Discursos sobre Cristo e sua obra – há os que falam sobre Jesus, segundo a Bíblia, e os que nem tanto.
- Conversões pessoais – há as que trazem marcas do Novo Testamento, e as que nem tanto.
- Missionários – há os que pregam a Cristo, sua morte e ressurreição, e os que nem tanto. O apoio ao missionário está mais para esmola do que para sustento.
- Ação social – há as que querem emancipar o pobre, por amor a Cristo, e as que nem tanto.
- Pastores e Lideres – há os que tentam alcançar o padrão dos presbíteros do Novo Testamento, e os que tanto menos.
- Títulos - em profusão, constratanto com a escassez de irmãos.
- Orações - principalmente, por necessidades materiais, sociais e de cura, que parecem não ser respondidas, pelo menos, não a contento.
- Milagres – (mas pessoais) a misericórdia divina continua se manifestando, porém, não se entende mais o princípio de sua ação.
- Ministérios – há os que são ministros (servos),
Pastor Ariovaldo Ramos

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GUERRA PELA PAZ

A situação moral e espiritual caótica de nossa pátria é gigantesca, nos causando  desânimo e tristeza. No entanto, apesar de sabermos que, enquanto o Senhor não voltar, jamais será erradicado completamente o pecado do mundo, ainda assim Deus nos confiou a responsabilidade de sermos  sal da terra e  luz do mundo. E Ele também nos exorta a buscarmos a paz da cidade em que vivemos: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz (Jr 29.7).
Contudo, paz (eirene – no grego; shalon, no hebraico) na Bíblia nunca indica apenas ausência de dificuldades. Significa bem estar total da alma; ainda que em meio às lágrimas,  dores e aflições. A paz tem a ver com as relações pessoais; é a integridade do EU interior. Paz é o sorriso de Deus refletindo na alma do crente. É bonança do coração depois da tempestade do Calvário. É a firme convicção de que Ele, que não poupou nem  mesmo seu próprio Filho, antes  o entregou por todos nós, certamente também, livremente, nos  dará com Ele todas as coisas (Rm 8.32). “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo coração é firme; porque ele confia em ti”   (Is 26.3). 
Esta paz sobrepuja todo entendimento...  Por natureza o homem  está tão completamente incapacitado para compreender esta maravilhosa paz como um cego para apreciar um glorioso pôr de sol (1 Co 2.14). Mesmo o crente jamais poderá  entender plenamente a perfeição deste dom cristocêntrico que excede em valor a todos os  demais  dons que  o homem recebe de Deus. Uma das razões por que é ela  tão estimada, é que  ela  guardará  os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.  Os filipenses estavam acostumados a ver as sentinelas romanas  a montar guarda. Assim também, se bem que num  sentido muitíssimo mais profundo, a paz de Deus montará guarda à porta do coração e da mente. Ela impedirá que torturante angústia corroa o coração, que o manancial da vida (Pv 4.23), a fonte do pensamento, da vontade (1 Co 7.37) e do  sentimento (Fl 1.7). Impedirá também que a mente  seja invadida por pensamentos indignos”.[1]
Paz  foi a experiência de Paulo desde o início da pregação do evangelho em Filipos. Quando preso num cárcere frio e injustamente, ainda podia  sentir-se tranquilo para orar e cantar: “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam  e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam”  (At 16.25).  Bruce diz:  “Paz  e alegria são bênçãos gêmeas do evangelho. Nas  palavras de um velho pregador escocês, “paz é alegria em  repouso; alegria é paz a dançar”.[2]
Paz, portanto, é viver com o Senhor, ainda que  sofrendo perseguições, dores e injustiças. Como o apóstolo Paulo havia sentido no  início de seu trabalho em Filipos. Apesar de achar-se preso injustamente não se sentia amargurado e triste. Pelo contrário, regozijava-se no Senhor...  Através de suas cartas, apesar de preso, demonstra ter paz em seu coração para  estimular os cristãos  a continuarem firmes proclamando a sua fé. É essa paz de Deus que ele  deseja que seus  leitores possam adquirir para que experimentem  o privilégio da vida em Cristo Jesus. “Ele anunciará paz às  nações; o seu  domínio se estenderá de mar a  mar e desde o Eufrates até às extremidades da terra” (Zacarias 9.10). E ainda:  “Porque  ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, derribando a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na  sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e  reconciliasse ambos em  um só corpo com  deus, por  intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que  estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um  Espírito” (Efésios 2.14-18). Essa é a paz que todos nós precisamos  buscar e experimentar. Que Ele, portanto, nos abençoe e nos guarde sempre.

_ “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério,  a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade.  Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.  Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.  Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.  Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (1 Tm 1:12-17).
Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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